CoresData: 27/05/2011 *A última variação da performance, simplesmente “Cores”, foi realizada em maio de 2011 no Mercado Negro , também em Aveiro, durante o “MICRO-ONDAS performa”. Cores altas e sem rosto caminhavam pela cidade e no interior do espaço expositivo. Mais uma vez cinco performers “fazem sua vida” de maneira silenciosa, sem trocar palavra com as pessoas que passam por eles. Optou-se pelo silêncio durante a ação. Um silêncio que era entrecortado por outro tipo de fala, aquela construída pelo corpo do performer. Por exemplo, ao mostrarem interesse por algo ou alguém durante a ação, pela maneira como se postavam e mesmo pelas dificuldades que a vestimenta impunha. Foi a partir dessa “conversa” entre performer-espaço-público que a performance aconteceu. A nossa presença naquele espaço, inserida no contexto que propúnhamos (sermos cores), servia de gatilho para a criação de encontros e experiências (no final das contas, a parte mais divertida da performance). Por estarmos em silêncio e com a visão seriamente limitada, “algo” só aconteceria realmente se alguém interagisse conosco, o que demandaria alguma resposta ocasional , não ensaiada, da nossa parte. Havia uma linha de ação comum na atuação dos performers. Basicamente, esperava-se que a atuação fosse ainda mais sutil que em “Cores Ninja”, e que os performers chamassem a atenção das pessoas não pelos seus gestos desconectados no espaço onde estavam, mas sim pela sua presença. Pela presença da cor que cada um deles era. Num bar, por exemplo, parecia-nos fazer sentido esperar ver as cores a dançarem no espaço de música, beberem (na realidade, andarem pelo bar com copos e garrafas, já que a roupa impedia-nos de beber), encontrarem amigos e divertirem-se. Em outras palavras, fazer o que quaisquer pessoas/cores fariam naquela mesma situação. *Texto retirado de OLIVEIRA FILHO, João Vilnei de (2011) Relações entre jogo e arte – o Projeto Balbucio e a transição entre as performances “cores berrantes”, “cores ninja” e “cores”. in OLIVEIRA JUNIOR, Antonio Wellington [org] (2011) A performance ensaiada – ensaios sobre performance contemporânea. Fortaleza: Expressão Gráfica e Editora. ISBN: 978-85-7563-945-0 Concepção: João Vilnei Produção Registro Conteúdos relacionados: |